sexta-feira, abril 05, 2013

O tempo passa, passa rápido demais...

Como o tempo passa. Passa rápido demais, me lembro como se fosse hoje a primeira vez que eu vi ele. Eu lembro que achei lindo. Fui perguntar quem era pra uma amiga e ele fez a mesma coisa. Foi perguntar quem eu era. É..o tempo passa. Passa rápido demais, na hora ninguém pensa que o tempo vai passar. Teve momentos muito bons, teve momentos muito ruins. Mas a vida é feita disso. Hoje não consigo avaliar se me arrependo ou não do rumo que essa história teve. Mas a grande verdade é que foi a única história verdadeira.Boa ou ruim não conta. Como o tempo passa. Passa rápido demais. Dezesseis anos após ter encontrado ele, namorado, noivado, casado, acabamos longe um do outro. Não consegui segurar a relação. Não me acho culpada, nem vítima, apenas não consegui. Mas mesmo morando em outra casa, nunca nos separamos mesmo. Todas as datas comemorativas, de certa forma ele estava lá. Em outras ocasiões de sufoco, de doença, ele também estava lá. Mas nunca imaginei que iria acompanhar ele no momento mais difícil da vida dele. O fim do caminho, da jornada, da vida. Doeu demais, ainda dói. Dói a ausência, uma ausência que não tem nada que preencha. Um vazio até dos problemas. Um aperto no peito que por alguns momentos faz pensar se poderia ter sido diferente. Fica só a lembrança. Momentos bons e ruins, momentos de angústia, momentos de alegria, momentos. Como o tempo passa. Passa rápido demais. Quatro anos hoje que vida terminou aqui pra ele. Foi o dia mais triste que já vivi. Nunca senti nada maior ainda. Quanto sofrimento, quanta angústia, ver e saber que estava acabando aquele calvário. Ao mesmo tempo que se deseja que acabe, se sabe que termina tudo junto. E aí ..é nunca mais. Nunca mais o telefone vai tocar. Nem que fosse pra encher o saco, pra deixar brava. Nunca mais se ouvir nada, falar nada. Realmente acaba. Acaba. Porque é pra nunca mais. O tempo pára naquele momento. A história acaba. Dali pra frente é só lembrança, que as vezes chegam a ser tão fracas. Os traços vão sumindo no tempo. Em outros tudo é tão presente. Parece que tem uma parede invisível que separa aqui, dali. Não sei se me deixei levar pelos fatos da doença, se saí de mim pra enfrentar, pra ajudar, pra consolar, pra ser forte. Não me importei ficar sentada noites inteiras, nem sentia, parecia que só via o sofrimentos de tantos. Tantos diferentes que faziam parte do cenário. Não sei de onde vem essa força ou sei lá, parece que em alguns momentos uma frieza mesmo, pra poder suportar. Cada dia que amanhecia era um dia a menos. Um dia a menos de sofrimento, mas um dia a menos de vida. Mas é assim em qualquer situação. Só que dias contados se tornam diferentes. Como o tempo passa. Passa rápido demais. Agora a ausência e a presença se confundem, num sentimento indefinido. E aquela história que era pra ser pra sempre, parou no meio do caminho. Mas o caminho continua ali pra se percorrer, sem ele. Como o tempo passa, passa rápido demais.

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